terça-feira, 18 de agosto de 2009

Salve-me sempre que puder.


Eu sabia que estava fraca, mas não sabia o quanto; eu só queria sair daquele quarto de hotel que me fervia de calor. E como um desejo, essa temperatura foi rompida com o chão frio que tocou minhas costas, junto com a escuridão repentina diante dos meus olhos. A minha sensação era como se eu estivesse amarrada sem qualquer chance de um movimento, sequer. Havia um peso nos meus olhos que me impossibilitava de abri-los, meus lábios estavam colados, e me restava apenas a audição. Eu só conseguia ouvir os gritos de desespero da minha mãe, e a tentativa de saber o que estava acontecendo da minha irmã. Senti um leve assopro no pé da minha orelha, que chegou afiado juntamente com o vento que bateu na minha nuca, alguém me dizia algo quase impossível de se assimilar.

- Respire! Apenas respire. -soprou novamente.

Tinha quase certeza de que aquela era só mais uma das frequentes alucinações que vinham acontecendo; meus pensamentos se concretizaram, de alguma forma, e começaram a andar em círculos diante dos meus olhos. Fui interrompida! Senti um forte beliscão na minha barriga, e alguns apertos no meu braço direito. Pude abrir os olhos. Haviam diversos rostos em volta do meu corpo, todos eles gritavam uns com os outros. Eu tentava falar, gritar por socorro. Mesmo com a forte, quase insuportável, dor de cabeça, eu me olhei rapidamente e vi que todos estavam me segurando com força em uma cama que eu nunca tinha visto.

- Pare! Não tente fugir, você está bem.

Dessa vez o sussurro não soava carinhoso, mas sim como uma ordem. Tentei me acalmar, e me sentia imóvel.

- Pare! Eu já disse que você está bem. Não se torture dessa forma.

Não conseguia entender o que estava acontecendo já que, para mim, eu estava completamente parada. Senti um gelo terrível cair repentinamente no meu rosto, levantei o tronco do corpo com agilidade, e me deparei com alguém desconhecido. Eu não sabia quem era, mas sabia que tinha me salvado de mais um pesadelo real.

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